O Elimosinário

Elimosinário tem variações na ortografia. Em outros ritos fora do rito francês, este oficial é chamado de hospitaleiro.

Do antigo grego, eleêmosonê (1). Na Grécia antiga, era a pessoa responsável pela distribuição de esmolas.
No Rito Escocês Retificado, o Elimosinário é também o oficial encarregado das relações com os Irmãos afastados da Loja. Ele coleciona esmolas e redistribui-as aos necessitados. O Regime Escocês Retificado, sendo uma ordem cavalheiresca em última análise a caridade, faz parte de seu DNA, além disto é sua espinha dorsal.

Aqui está o que o Código de nossas Lojas esclareceu no Capítulo IX diz:

“O Elimosinário é responsável por receber a oferta voluntária dos irmãos, apresentar o tronco das esmolas a todos os Irmãos em cada assembleia, bem como pelas extraordinárias missões, e retirar do Irmão Econômico tudo o que ele pode ter reservado em cada banquete. Os rendimentos de todos esses itens são reservados exclusivamente para esmolas, e a condição deste caixa será apresentada a cada três meses na Loja. A caixa de doações terá duas chaves, o que exigirá uma reunião para abri-la, uma ficará nas mãos do Venerável Mestre, e a outra permanecerá com o Elimosinário, cujo valor não poderá ser retirar de forma alguma sem o consentimento do Venerável Mestre. Ele também será o enfermeiro da Loja, e deverá ter capacidade necessária para informar e visitar os Irmãos Doentes, para fornecer-lhes o alívio que eles precisam, e para dar-lhes em geral todos os serviços que a amizade, a fraternidade e a humanidade podem ditar a ele. Se um caso em particular exigir, pode ser levado, a seu pedido, algum outro irmão da Loja. É o elimosinário que é especialmente responsável por supervisionar a conduta dos Irmãos e por colher informações sobre as vidas e maneiras dos candidatos propostos a serem recebidos, e denunciá-los ao Comitê Escocês e até mesmo à Loja, se a prudência permitir.”

Mais que uma função meramente ritualística, as funções do Elimosinários vão além da coleta de donativos, ele é também um pilar de observação das boas práticas morais da fraternidade.

Um relato interessante foi apresentado pela escritora Alice Joly em “A Mystical Lyonnais…” publicado em 1938, ela narrou que :

“JB Willermoz, “criador” do RER, fundou a 1ª Loja deste rito chamada “A Benevolência” em Lyon. Mas nesta loja as taxas eram pesadas, alguns esqueciam de pagar suas dívidas… então em 25 de junho de 1775, os Irmãos, para remediar a falta de solidariedade, e, portanto, de caridade, foi nomeado um Irmão Elimosinário”

(1) de fato a história da construção da palavra em sua forma atual parece seguiu o seguinte caminho: Eleêmosunê, “e”(eléèmon), ou seja, aquele que sente pena, traduzido como “compaixão” e depois deslizou para a expressão “presente de caridade”. Eleê encontra-se na quíria eleison, o que significa (Deus tem pena), essas duas formas vêm de eleos (λεοç(ἐ) na verdade significa piti.para entender a construçãoda palavra, pena é o sentimento que toca o coração e que gera caridade e esmola.